Que necessidade que as pessoas têm de se mostrarem presentes em todas as redes sociais. Cada vez mais novos recursos tecnológicos colaboram (ou não) com a ênfase de impor suas presenças, justamente para não passarem despercebidos, para não perderem seus status de online, de vivos, de seres pensantes e felizes. Por que esse ímpeto descontrolado atinge boa parte dos usuários das redes sociais? Sentem-se quase que obrigados a dizerem onde estão, inclusive fornecem o endereço e até o mapa para provar ainda mais sua verdade. Espantoso. Pessoas se sentem freqüentemente em falta consigo mesmas e necessitam existir, mostrar-se, curtir, rir, chorar, se emocionar, nem que seja no universo digital, uma vez que não se sentem vivos quando desligam o computador.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Em vão.
Olhava-os
Todos me irritavam de tal forma
Como se tivessem,
De maneira perversa, outrora,
Me atravessado
E destruído
Algo bom que um dia pudera ter tido.
Notava-os de longe,
Passiva,
Sozinha,
Irrigada do meu próprio vazio.
Odiava-os
Pelo simples fato de serem tão adaptados e,
Conseqüentemente (assim me soavam)
Como possíveis inimigos e traidores,
Uma vez que compactuavam
Com leis e normas
Criadas por aqueles
Que querem nos controlar.
Achava-os estúpidos
Ao ponto de acreditarem no que lhes diziam
E fazer de tais fábulas verdades incontestáveis,
E pior, suas.
Sentia-os sádicos.
Tornei-me um deles.
Tornava-me sádica.
Passei a compactuar com idéias não minhas,
Sorrisos não meus,
E o pior,
E mais dissimulado que pude me encontrar,
Risadas não minhas.
Passei a ser um deles.
Passei a me odiar.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Aos trancos e barrancos...
Aos trancos e barrancos seguimos cegos na ilusão de sobriedade, sob a condição de gratidão e reconhecimento.
Pelos chistes cozinhados em “banho Maria”, reconhecemos nossa fé.
Sob o apelo de prazer, renunciamos os nossos prazeres.
Por baixo dos panos quentes da covardia nos auto-enganamos protegendo-nos assim do pecado.
Entre o eu e você, prefiro a vaidade.
Através do desconhecido, projetamos nossas perversões mascaradas em fantasias.
Sob tais discursos nos damos como satisfeitos e seguimos com medo da culpa, com medo do novo, com medo de nós mesmos, com medo de viver...
Ou melhor, estagnamos.
Antes fosse aos "trancos e barrancos".
Tais modos se tornaram dessa vez;
Inabaláveis.
E assim, acreditamos (dissimulamos)...
Que seguimos pra algum lugar...
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Nuvens de quimera
Chegam as horas, pra nos mostrar que já passou, e aquela infantil onipotência de que somos livres se desmorona, embora não assumimos. Chegam as repressões disfarçadas de boas moças, prontas pra nos moralizar e nós nos adequamos com a maior tranqüilidade do mundo. Mundo esse que é nosso, embora não seja. Chega a contradição tão presente em nosso discurso que no ato falho do ódio resolve emanar e na inveja se multiplica. Tudo bem, temos nossos momentos de paz garantido quando podemos pagar. Chega a inclusão social dos excluídos para nos mostrar que não somos irmãos. Chega a ociosidade pra mostrar que estamos errados. Chegam os bônus pra nos mostrar a gratificação por não sermos ociosos. Chega então, a virtude daqueles que souberam se adequar. Chega o castelo impermeável a tudo que possa romper com a ideia narcísica de que, sim, somos autênticos. Chegam as instituições para nos governar, politicar, policiar, polemizar, mas principalmente, claro, cuidar. Sim, os deuses do muro que cuidam de nós, pois os outros, há, os outros estão nas nuvens...
domingo, 16 de agosto de 2009
Pathos...
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Utopia hoje!
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Ou seria a escuridão?
Pela pele não mais minha
Sova de tanto agastamento
Não sou eu, quem mais procuro
Muito menos tua clemência
Quem te dera más noticias
De mim há de não ser
Apático é teu mundo
Que vive no concreto desse desprazer
No marasmo de meus devaneios
Vou de encontro a um abrigo
Gélido, porém afável
Paradoxalmente assim vivo
Velha luz que me cinge
Ou seria a escuridão?
Perdoa-me por tanta calunia;
Inerte tornou-se meu mundo...
Ao render-se a solidão.
(Mariana Abdel)
[ Sem a mínima ideia de título rs]